Motivo da discussão:
Resposta imunológica e virológica discordantes.
Alterar o esquema antirretroviral é eficaz?
Caso:
Homem, 63 anos, primeiro anti HIV +, início de TARV em agosto 2000 (AZT + 3TC + EFV), com CD4 49 cél/mm3, toxoplasmose SNC, tuberculose intestinal.
Evoluiu com CV indetectável e CD4 em torno de 250 céls/mm3 desde o início do tratamento.
No ultimo ano apresenta lesões recidivantes de carcinoma espinocelular de couro cabeludo, retirou 7 lesões, sendo as 3 últimas no mesmo local. Foi submetido à radioterapia.
Há 6 meses o médico assistente trocou o esquema de tratamento para ATV/r+AZT+3TC, com objetivo de melhorar CD4. Último exame em 06/10 CV indetectável, CD4 264 /mm3.
O médico assistente propôs nova mudança de esquema, para TDF + 3TC + LPV/r.
O paciente ficou em dúvida quanto a mudança de ARV proposto e solicitou o parecer de outro colega.
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Não me parece sensato mudar a terapia do paciente por um esquema menos tolerável, como o com LPV/r. Tenho até minhas dúvidas se realmente valeu a pena trocar EFZ por ATV/r, embora estudos já tenham mostrado uma tendência de maior ganho de CD4 com esquemas contendo IP, embora sem significância estatística. Este paciente descobriu seu diagnóstico com mais de 50 anos, na ocasião já apresentando imunodeficiência bem avançada. Já é sabido que nesta população mais "idosa" - me perdoem os cinquentões - o ganho imunológico após HAART já é subótimo mesmo, ainda mais com um CD4 basal < 50/mm³. Creio que com o que temos disponível no momento, nada vai melhorar esta contagem, pois o dano imunológico neste paciente é irreversível. Márcio Fernandes
ResponderExcluirGostaria de saber a leucometria do paciente. Se estiver leucopenico podemos tentar trocar o AZT por TDF ou ABC, desde que não tenha co-morbidades que tornem arriscado o uso de uma ou outra droga. Não há nenhuma informação destas no caso. No mais, concordo com o Márcio. Já discutimos um caso parecido, o caso 11. Sugiro a releitura dos comentários.
ResponderExcluirEm pacientes com carga viral indetectável a troca de antirretrovirais em geral não leva a aumento de CD4, a menos que haja leucopenia e/ou linfopenia causada por uma das drogas em uso. No caso, a droga mais comumente associada com citopenias é o AZT. Assim, caso não haja contra-indicação, eu trocaria AZT por TDF e monitoraria, via fosfatemia e EAS, a função renal a cada 3-6 meses.
ResponderExcluirMauro Schechter