Dividindo as dúvidas e os conhecimentos

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Como não só médicos, mas outros profissionais de saúde estão envolvidos no tratamento dos pacientes portadores de HIV/AIDS, formalmente estão sendo convidados a participar das discussões, enviar casos e dúvidas. Para enviar um caso ou uma dúvida, clique no final de um caso, em comentário, mesmo que não seja diretamente relacionado a ele. Será visto pela adminstradora do blog e será publicado. Se não tiver uma identidade das listadas, publique como anônimo.

Ao publicar este blog minha intenção é criar uma rede de médicos que, por meio da discussão de casos clínicos, possam atender ainda melhor seus pacientes. As dúvidas também podem ser transformadas em situações hipotéticas sobre as quais poderemos debater. Todos os interessados são bem vindos.

30/05/10 Alteração nas postagens:
Ao criar o novo nome para o nosso blog, tive que passar todos os comentários do antigo para cá e por vezes errei, colei 2 vezes ou em lugar errado e tive que apagar. É por isso que está aparecendo que algumas postagens foram excluídas por mim. Pior: não consegui copiar os seguidores para este blog.
Desculpa, mas sou uma blogueira iniciante e errante.
Tânia

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segunda-feira, 31 de março de 2014

Caso 87- Mulher, 52 anos, etilista, multifalhada por baixa adesão, sinais de comprometimento renal e miocardiopatia relacionada a AZT

Motivo da discussão:

Paciente com carga viral persistentemente detectável, multifalhada, sem condições laboratoriais pela técnica utilizada pelo sistema público de saúde de realização de genotipagem, e com provável nefrotoxicidade pelo tenofovir.

1. Em um novo esquema de TARV, valeria a pena troca para abacavir, uma vez que a paciente tem miopatia atribuída ao AZT e doença renal que contraindica o uso de TDF? Há necessidade de complementar a provável ação residual dos ITRN com raltegravir (ABC+3TC+RAL)?

2. Embora a terapia de resgate não deva normalmente ser feita com ITRNN, poderíamos, no caso desta paciente, usar efavirenz, já que ela fez uso de nevirapina por apenas 1 mês? O racional desta pergunta é a suposição de que a paciente não tenha acumulado mutações para ITRNN. 
Ou seria melhor usar etravirina, uma vez que já foi exposta à nevirapina?

3. Tendo feito o uso de lopinavir/ritonavir por sete anos, podemos supor que a ação do darunavir/ritonavir estará comprometida?

Caso clínico - 

Paciente feminina, 52 anos, caquética, tabagista, etilista, HIV positivo desde 1997, sem infecções oportunistas previas. Mutifalhada por baixa adesão e miopatia atribuída ao AZT com seguintes esquemas:

1. AZT +ddI (julho 1997) - 
2. AZT + ddc (novembro 1997)
3. AZT + 3TC (abril de 1998) – CV: 590, CD4: 270
4. Biovir + Nevirapina (agosto de 1999) – CV: 375, CD4:355
5. Biovir + Nelfinavir ( setembro 1999) – CV: 483, CD4 325
6. Biovir + Kaletra (agosto de 2007)
7. TDF + 3TC + Kaletra ( janeiro 2010) - CV: 188, CD4:470

CV de 2012: 55, CD4: 427
CV de agosto 2013: 317. CD4: 404

Em agosto de 2013 apresentava quadro de tosse crônica e emagrecimento, solicitado na ocasião amostra de escarro, cuja cultura mostrou M. tuberculosis. Iniciado tratamento com rifabutina, etambutol, isoniazida, pirazinamida em novembro do mesmo ano. O quadro de caquexia se acentuou e, associado ao tratamento irregular para tuberculose, foi indicada internação hospitalar com objetivo de melhor o estado nutricional e tratamento supervisionado. Exames na admissão mostravam uma proteinúria de 3798,9mg


6 comentários:

  1. As notícias desta paciente são de agosto de 2013. Como está agora? Como está a CV e o CD4? Vamos discutir este caso retrospectivamente ou prospectivamente?

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  2. Os dados são de agosto, mas a CV continua detectavel na mesma faixa anterior e CD4 tambem com mesma variaçao. A caquexia dela piorou, chegando a 28 quilos no més de março de 2013 e como afirmava tratamento irregular optamos por internaçao hospitalar para tratamento supervisionado de TB e troca do esquema TARV. A ideia seria discutir prospectivamente, já que terapia de resgate para ela é um desafio. obrigada Natalia

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  3. Natalia:
    Então, pelo que estou entendendo, você já colheu um CD4 e uma CV nesta internação e já tem os resultados. Se já tem os resultados, por favor, coloque-os aqui. Teoricamente ela estaria usando TDF + 3TC + Kaletra e o que vão fazer é supervisionar o tratamento da TB. Vocês vão fazer esquema com rifabutina já que não dá para fazer rifampicina. Não dá pra fazer EFV porque falhou no passado com NVP. Não sei é como vão conseguir manter o tratamento desta paciente se derem alta pra ela.
    Quanto a esquema antirretroviral, não acho adequado fazer ABC. É muito provável que tenha 184V. Como está a creatinina, a microalbuminúria o MDRD? Esta proteinúria pode não ser tubular. Talvez o melhor seja melhor iniciar inibidor da EACA para tentar reduzir a proteinúria e deixar com TDF + 3TC + LPV/r. É capaz de ficar indetectável se tomar o remédio todo dia. Com este peso vai ter que ter uma super atenção com a função hepática. Tem peso de criança. Estou aqui pensando: ela tem menos de 45 kg, ou seja, deveríamos ajustar todas as medicações dela por peso.
    Se a CV de agora está próxima a 500 cópias, talvez dê para genotipar.

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  4. Recomendação de leitura
    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/recomendacoes_manejo_coinfeccao_tb_hiv.pdf

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  5. .Não é recomendável usar abacavir em resgate, muito menos com 3tc. Raltegravir também nunca no resgate só com análogos e sem IP/ r. Não pode usar efavirenz após ter parado nevirapina, mesmo tendo sido usada só por 1 mês. Os itrnn apresentam longa meia vida e ficam circulando longo tempo ao serem interrompidos. A baixa concentração circulante seleciona mutação pra classe.
    Märcia Rachid

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  6. Natalia:
    Então: qual o valor afinal do CD4 e da CV da paciente neste momento? O que decidiu fazer?

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