Motivo da discussão
1- Que
razões podemos pensar em casos de falha precoce de TARV?
2- Que
medidas tomar?
Caso:
Masculino, 43 anos, etilista crônico , usuário de cocaína inalatória.
Em exame de rotina em jan/12 anti HIV+
Exame físico sem anormalidades, exceto por H.A. leve (140x90mmHg)
Eutrófico. Peso 79 kg.
Trouxe exames de Jan/12-
Ht 43,7% Hb 14,7 Leuc 3120
0/0/0/0/1/46/33/20
Plaq 107000
Tg 141 Col
226 LDL 149 HDL 49
G 82
TGO 488 TGP 522 GGT 644
BT 1,2 BD 0,6
Amilase 82 Lipase 56
VDRL neg
Retornou a consulta um mês após. Relatava redução do consumo de
álcool,
PPD- não reator
CD4 206- 20% CD8 823-79%
CV 449040cp/ml (5,65log)
US de abdome: pâncreas discretamente heterogêneo. Restante normal.
TGO 82 TGP 116
Medicado com TDF + 3TC + EFV
Três meses após o início da TARV
CD4 213- 23m5% CD8 492-
54,4% CD4/CD8 0,43
CV 185779 cp/ml (5,27log)
Foi solicitada genotipagem. O que esperar?
A meu ver vai dar resistencia parcial ao EFV.
ResponderExcluirTenho quase certeza que o medicamento foi usado de forma irregular, embora provavelmente o paciente negue.
Oi Tania, o que justificava as enzimas hepáticas tão altas? Só etilismo crônico??? Ainda estava na fase de infecção recente (aguda) pelo HIV? Coinfecção com hepatite B ou C? Embora 1 mês seja pouco tempo para haver queda importante da carga viral, seria esperada uma maior redução e, realmente, a genotipagem é fundamental, pois pode haver resistência transmitida (primária) ou ter ocorrido mesmo falha de adesão. Teria que ter mais dados conversando com o paciente.
ResponderExcluirBeijos
Marcia Rachid
Resultado da genotipagem:
ResponderExcluirNa protease: 41K 2 77I
Para ITRN M184V
Para ITRNN K103N, V106A/V, P225H.
Interpretação RENAGENO e STANFORD
Resistência intermediári- ABC e ddI
Resistência compeleta- 3TC, EFV, NVP
Vou mandar o score para o grupo por email- não estou conseguindo passar para figura.
Marcadores de hepatites B e C negativos
Neste caso acho que temos que pensar em resistência transmitida. Em 3 meses de tratamento não havia obtido praticamente nenhuma melhora. O uso irregular da medicação poderia levar ao desenvolvimento de resistência, é certo e a 184V aparece precocemente. As mutações 184V e 103N são das mais frequenes mutações em casos de resistência adquirida. Levaria em consideração para este caso.
ResponderExcluirConcordo com a Márcia que não dá para descartar infecção recente por HIV como fator de agravamento da função hepática. Aliás, não dá para descartar que tenha começado a tratar em fase aguda de infeção pelo HIV.
Eu proporia um resgate com TDF + 3TC + LPV/r + RAL.
Este paciente é etilista pesado. Acredito que as alterações hepáticas ocorreram por lesão hepática alcoólica. Ele relata ter aumentado o consumo de álcool nas semanas posteriores ao diagnóstico do HIV.
ResponderExcluirEm relação à resistência ao EFV, acredito ser primária. O paciente relata ter tomado a medicação adequadamente e inclusive parou de ingerir álcool após o início do tratamento, confirmado pela redução importante das enzimas hepáticas.
Eu creio que a disfunção hepática apresentada seja devido à hepatite alcoólica. Os níveis de transaminases aponta para esta causa e as hepatites virais cursam geralmente c/ taxas bem maiores e maior comprometimento do estado geral. Devemos então não sobrecarregar esse fígado, evitando as drogas hepatotóxicas. Neste caso, eu optaria por AZT/3TC + LPV´r ou Fos'r.
ResponderExcluirMaria Cristina Gama
Cristina:
ResponderExcluirPorque optou por AZT ao invés de TDF no esquema? Por questão de maior risco de desenvolver nefrotoxicidade no futuro?
Pra vc vai segurar com 2 drogas no resgate?