Motivo da discussão:
1. Avaliar risco-benefício de iniciar AZT para gestante com plaquetopenia grave.
2. Avaliar risco-benefício do aumento da dose do lopinavir-ritonavir no último trimestre da gestação.
Caso: Mulher, 28 anos, gestante, 16 semanas (G1P0A0).
Ao realizar exames laboratoriais da primeira consulta de pré-natal, foi constatato plaquetopenia (plaquetas 28.000 - jan/2010). Ficou internada para propêutica desta plaquetopenia. Realizado anti-HIV com resultado positivo (resultado confirmado). Paciente comparece para primeira consulta em serviço de infectologia. Solicitado CD4 e carga viral: resultados ainda não-disponíveis.Sorologias para toxoplasmose, Epstein Barr, herpes vírus, CMV com IGM negativos. Sorologia para hepatites virais: negativo. Repetido hemograma: plaquetas 16.000. Paciente assintomática.
Questões:
1. Considerando os benefícios do AZT em gestantes e o risco de mielotoxicidade, qual o melhor ITRN a ser indicado para esta paciente?
2. Os benefícios do aumento da dose do lopinavir/ritonavir no último trimestre da gestação superam os riscos do surgimento de efeitos adversos com possibilidade de abandono do tratamento?
Obrigada, Maria
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Olá Maria:
ResponderExcluirObrigada pelo caso.
Descartadas outras causas de plaquetopenia, o próprio HIV pode ser a causa da mesma. Neste caso, o início da TARV deverá aumentar o número de plaquetas. Embora com monitoramente frequente não acho que plquetopenia seja contra-indicação para AZT. Caso médico e/ou paciente sintam-se desconfortáveis com a prescrição de AZT, ddI EC poderia ser uma altermnativa. 3TC tudo bem.
Ainda não há uma conclusão sobre a dose ótima de LPV/r na gravidez. Há quem recomende dose standard e usar CV para monitorar. Outros acham que a dose deve ser aumentada de 2 para 3 cp 2 x dia no terceiro trimestre, retornando a dose normal após o parto.
Prezados, concordo com a Tânia, a plaquetopenia não contraindica o uso do AZT e ele deve fazer parte de um esquema triplo profilático para transmissão vertical e/ou terapêutico para a mãe (dependendo do CD4) em função da enorme experiência com ele em gestantes com claro benefício.
ResponderExcluirQuanto ao lopinavir eu faria a dose standard, já que a paciente é virgem de tratamento e a maior discussão sobre o aumento da dose gira em torno das pacientes experimentadas, com maior risco de desenvolverem mutações de resistência e falha virológica. Também vale a pena lembrar que nas gestantes o lopinavir não deve ser feito em dose única diária. Abraços, Paulo Santos
Esqueci de comentar que com plaquetas tão baixas não me arriscaria a apostar em HIV no escuro e puncionaria a medula da paciente.
ResponderExcluirBj
Tânia