Motivo da discussão:
Quais as possíveis razões da insuficiência renal desta paciente?
1- IRA pelo HIV?
2- IRA pelo TDF?
3- IRA por outro agente etiológico infeccioso?
Identificação:
Mulher, 34 anos, branca.
História da Doença Atual:
Paciente
previamente hígida, apresentando quadro clínico/epidemiológico compatível com
Síndrome Retroviral Aguda no final de novembro/2015 (febre, adenomegalia
cervical, cefaleia, náuseas). Realizou teste rápido anti-HIV 1 e 2 em
29.Nov.2015, com resultado reativo, confirmado posteriormente com WB em
30.Nov.2015 (gp160, gp120, gp41, p31,p24).
Iniciou TARV
em 07.Dez.2015 com esquema “3 em 1” (TDF/3TC/EFZ), com exames da ocasião
(pré-tratamento) mostrando: CD4+ 1.830 cel/mm³ (47%); CD8+ 904 cel/mm³ (23.2%);
Carga Viral (RT-PCR) com 2.573.564 cópias/ml (6.41 log). Função renal com Ur 27
e Cr 0.8 mg/dl. Não realizou Genotipagem pré-tratamento. Demais sorologias:
HBsAg neg, anti-HBc IgG neg, anti-HBs neg, anti-HCV neg, anti-HAV IgG neg, CMV
IgM neg/IgG+, VZV IgM neg/IgG+, HSV 1 e 2 IgG+, EBV IgM neg/IgG+, anti-HTLV 1 e
2 neg, Rubéola IgG+.
Evoluiu nas
primeiras 4 semanas de TARV com astenia progressiva, piora das
náuseas/hiporexia e sensação de “gosto de amônia na boca”, desenvolvendo quadro
de Insuficiência Renal Aguda (Ur 182, Cr 17.3 mg/dl em 06.Jan.2016),
necessitando ser hospitalizada para início de terapia dialítica à
Continuando o caso:
Continuando a dicussão
1-Qual(is) sua(s) hipótese(s) diagnóstica(s) para o quadro cutâneo?
2- que lesão histopatológica espera encontrar?
Continuando o caso - postado em 19/03/2016
O diagnóstico da dermatologista foi de Síndrome de Sweet para o quadro dermatológico.
Continuando o caso:
à A
TARV sofreu alguns ajustes no período:
11.Jan.2016: AZT + 3TC (sol. Oral) + EFZ à
doses corrigidas pelo ClCr
21.Jan.2016: Associado RAL ao esquema supracitado,
visando a redução mais rápida da CV, posto que o HIV poderia ser o agente
causal da IRA apresentada pela paciente. Os exames da ocasião (15.Jan.2016) já
mostravam redução satisfatória na CV (5.150 cp/ml – 3.71 log), porém com queda
acentuada na contagem de células CD4+ (261/mm³ - 17.5%)
02.Fev.2016
(alta hospitalar): DRV-r + RAL
(esquema seguro e potente, sem necessidade de ajuste de dose na Insuf. Renal).
Últimos exames de 29.Jan.2016 com CD4+ 291 cel/mm³ (21.1%) e CV 414 cp/ml (2.62
log) à Esquema atual!
à
Durante a internação – 07.Jan a 02.Fev.2016:
- Início em
10.Jan.2016 de lesões micropapulares em tronco, dorso e mmss, algumas esboçando
aspecto vesicular e outras confluentes (placas), associadas a picos febris de
38 – 38.5ºC. VDRL negativo. Chegou a receber 1 ou 2 doses de Aciclovir IV, que
foi suspenso após o parecer da Dermatologia. As lesões melhoraram e a
febre cedeu após curso de Prednisona 40mg/dia por 5 dias, seguido de
corticoterapia tópica.
- Apresentou
galactorreia, com exames da internação mostrando TSH 12 mcUi/ml e T4 livre 0.6 à Hipotireoidismo. Não disponho de
resultados de anti-TPO e anti-tireoglobulina, embora solicitados durante a
hospitalização. A paciente já se encontra em uso de Puran®T4 50mcg/dia e já
está em acompanhamento com a Endocrinologia.
-
Submetida a biopsia renal sem intercorrências em 18.Jan.2016 Continuando a dicussão
1-Qual(is) sua(s) hipótese(s) diagnóstica(s) para o quadro cutâneo?
2- que lesão histopatológica espera encontrar?
Continuando o caso - postado em 19/03/2016
O diagnóstico da dermatologista foi de Síndrome de Sweet para o quadro dermatológico.
BX renal
Quadro histopatológico
compatível com nefrite intersticial
aguda (NIA)+ lesões túbulo-degenerativas difusas e acentuadas, sugestivas de
comprometimento por processo infeccioso de etiologia viral.
Imunofluorescência negativa para a presença de imunodepósitos e fatores do
complemento; o Estudo Imuno-Histoquímico foi negativo para a presença de Polyomavirus (vírus BK). Após este
resultado, optamos pelo reinício da Prednisona 40mg/dia em 22.Jan.2016, que vem
em uso até o momento, já em processo de desmame pela Nefrologia.
- A paciente
evoluiu com melhora clínica progressiva e sem necessidade de hemodiálise desde
23.Jan.2016. Exames da alta hospitalar com Ur 131 e Cr 2.6 mg/dl. Repetiu
exames em 01.Mar.2016, com Ur 57 e Cr 1.14 mg/dl (Cockroft-Gault: 57.08 ml/min;
MDRD: 58 ml/min/1.73m²; CKD-EPI: 67 ml/min/1.73m²).
No entanto, a
partir de 29.Fev.2016, apresentou tumoração cervical dolorosa bilateral (Esq
> Dir), compatível com linfoadenomegalia. A paciente já apresentava um
linfonodo +/- 2cm em cadeia cervical à esquerda, próxima ao ângulo da
mandíbula, móvel, indolor e de consistência elástica, inicialmente atribuída à
ativação ganglionar pela Síndrome Retroviral Aguda. Possui PPD não reator
(SIC), realizado em 04.Dez.2015, quando ainda apresentava uma contagem de CD4+
1.830 cel/mm³ (47%) e não estava em uso de corticoterapia.
Realizou USG
cervical com Doppler em 01.Mar.2013, que mostrou linfonodomegalia cervical
anterior bilateral, mais evidente à esquerda, de textura discretamente
heterogênea (predominantemente hipoecogência), de limites parcialmente
definidos e contorno lobulado, com deslocamento das estruturas adjacentes,
associado a espessamento e hiperecogenicidade dos tecidos moles adjacentes, que
ao Doppler colorido, demonstra discreta vascularização periférica. A
possibilidade de linfonodomegalia com degeneração cística/necrótica e associada
a processo inflamatório/infeccioso em atividade deve ser considerada. Tireóide,
parótida e submandibulares sem alterações. Em comparação com USG cervical
prévia realizada em 16.Fev.2016, houve significativo aumento do linfonodo
localizado no nível II, à esquerda.
Realizou ainda
TC tórax/mediastino + TC abdome e pelve (sem contraste) em 02.Mar.2016, cujos
laudos estão pendentes. Programada biópsia ganglionar para o próximo dia
09.Mar.2016, sendo solicitado o envio do material para: Histopatológico,
Culturas para micobactérias e fungos, PCR para Mycobcterium tuberculosis e
inprint em lâminas para exame direto para fungos e Ziehl-Neelsen.
Veja a continuação do caso nos comentários de 11/04/2016
Veja a continuação do caso nos comentários de 11/04/2016
Minha opinião Taninha! Bjs e continue sempre esse trabalho lindo de educar
ResponderExcluirOlá a todos!
Inicialmente parece um caso simples mas que deve ser visto como um alerta a todos nós que tratamos pacientes com HIV. A Paciente em questão apresenta logo no diagnóstico um CD4 e relação CD4/CD8 muito elevados além de Carga viral também muito alta, sugerindo um caso de infecção aguda. Isso mostra o quanto temos melhorado no nosso diagnóstico precoce, o que facilitaria o tratamento. Porém, ainda acredito na individualização terapêutica. Essa paciente seguiu a recomendação do MS e iniciou o 3 em 1. A toxicidade do TDF é bem definida e por isso deve sempre ser recomendado o retorno do paciente com 1 mês para dosagem de Ureia e Creatinina. Infelizmente, com a alta demanda de pacientes, muitas vezes ficamos restritos a remarcar retorno com 4 ou 5 meses. Esse deve ser o principal alerta principalmente aos mais jovens, que iniciaram o acompanhamento de pacientes soropositivos no Brasil. Talvez, fosse esse o momento de pedir o apoio do médico da atenção básica para acompanhar a função renal. Com essa proporção de Ureia/Creatinina, esta clara a IRA, e a mesma não apresenta imunodepressão para estar desenvolvendo Infecção Oportunista. Ainda lembrando que embora não tenhamos disponível no SUS, já existe a tecnologia para prever os casos de Nefrotoxicidade pelo TDF, chama-se Farmacogenômica. A nefrotoxicidade ou tendência a desenvolvê-la está relacionada a polimorfismos genéticos como: SLC22A6 e SLC22A8 que expressam OAT 1 e OAT 3 na membrana basolateral ou celulas epiteliais, e também polimorfismos na ABCC2 e ABCC4 (24C homozigoto) na bomba de efluxo para o lumem. A pergunta agora é o que faremos para essa paciente? O análogo de escolha seria o Abacavir, embora como não temos a combinação em dose fixa de ABC/3TC, aumentaria muito a quantidade de comprimidos dessa paciente. Não optaria pelo AZT por ser uma paciente jovem e risco de lipodistrofia. Manteria o EFZ, pois os IPr em geral também apresentam nefrotoxicidade (ATZr e LPVr), e avaliaria a CV dessa paciente em até 1 mês, já que a mesma não realizou Genotipagem prévia e tem um risco de resistência transmitida. Enfim, a proposta seria troca para ABC/3TC/EFZ 1 x ao dia.
Melissa Medeiros
Olá, Melissa!
ExcluirExcelente comentário, e gostaria de complementar com alguns pontos desse caso:
- A paciente havia iniciado TARV em dezembro/2015 (Cr basal 0,8) e foi hospitalizada por IRA no início de janeiro/2016 com Ur 182 e Cr 17,30, respeitando portanto o intervalo que geralmente damos para coleta dos primeiros exames de controle após o início da TARV;
- Embora a primeira contagem de células CD4+ dela tenha sido de 1830/mm³ em dezembro (durante a Síndrome Retroviral Aguda), em janeiro esta já havia despencado para 261 cel/mm³ (17,6%), mesmo com uma CV bem menor (5.150 cp/mL), pois já havia iniciado TARV. Isto ilustra bem o comportamento altamente citopático desta cepa viral, o que foi comprovado posteriormente, pois o genotropismo revelou vírus X4, que como sabemos, está associado a uma queda mais rápida e acentuada de células CD4+ e progressão mais rápida para SIDA. O resultado da biópsia renal revelando nefrite intersticial aguda, sugestiva de comprometimento por processo infeccioso viral também corrobora para a natureza agressiva desta cepa X4 do subtipo F, conforme resultado de genotipagem realizada num segundo momento;
- Quanto aos ajustes de TARV pelos quais a paciente passou durante este período crítico, vou listá-los abaixo, mas já adianto que novos ajustes se fizeram necessários posteriormente, conforme novas intercorrências foram surgindo:
a) Dez/15: TDF/3TC/EFZ (início de TARV durante Sdr Retroviral Aguda - Evoluiu com IRA no 1º mês de uso);
b) Jan/16: AZT + 3TC (sol. oral) + EFZ, com doses corrigidas pelo ClCr, iniciado durante hospitalização para terapia dialítica;
c) Jan/16: associado RAL ao esquema anterior ainda na internação, visando redução mais rápida da CV, posto que ainda não tínhamos o resultado da Bx renal e considerando que o próprio vírus poderia estar implicado na etiologia da IRA, o que se confirmou posteriormente;
d) Fev/16 (alta hospitalar): a TARV foi trocada para DRV-r + RAL, por ser um esquema seguro e potente, sem necessidade de ajustes frequentes de doses pelo ClCr (a paciente obteve alta com Cr em queda, porém ainda com valor de 2,6). Após recuperação total da função renal, o #TC foi reintroduzido na dosagem plena.
Olá, Melissa!
ExcluirExcelente comentário, e gostaria de complementar com alguns pontos desse caso:
- A paciente havia iniciado TARV em dezembro/2015 (Cr basal 0,8) e foi hospitalizada por IRA no início de janeiro/2016 com Ur 182 e Cr 17,30, respeitando portanto o intervalo que geralmente damos para coleta dos primeiros exames de controle após o início da TARV;
- Embora a primeira contagem de células CD4+ dela tenha sido de 1830/mm³ em dezembro (durante a Síndrome Retroviral Aguda), em janeiro esta já havia despencado para 261 cel/mm³ (17,6%), mesmo com uma CV bem menor (5.150 cp/mL), pois já havia iniciado TARV. Isto ilustra bem o comportamento altamente citopático desta cepa viral, o que foi comprovado posteriormente, pois o genotropismo revelou vírus X4, que como sabemos, está associado a uma queda mais rápida e acentuada de células CD4+ e progressão mais rápida para SIDA. O resultado da biópsia renal revelando nefrite intersticial aguda, sugestiva de comprometimento por processo infeccioso viral também corrobora para a natureza agressiva desta cepa X4 do subtipo F, conforme resultado de genotipagem realizada num segundo momento;
- Quanto aos ajustes de TARV pelos quais a paciente passou durante este período crítico, vou listá-los abaixo, mas já adianto que novos ajustes se fizeram necessários posteriormente, conforme novas intercorrências foram surgindo:
a) Dez/15: TDF/3TC/EFZ (início de TARV durante Sdr Retroviral Aguda - Evoluiu com IRA no 1º mês de uso);
b) Jan/16: AZT + 3TC (sol. oral) + EFZ, com doses corrigidas pelo ClCr, iniciado durante hospitalização para terapia dialítica;
c) Jan/16: associado RAL ao esquema anterior ainda na internação, visando redução mais rápida da CV, posto que ainda não tínhamos o resultado da Bx renal e considerando que o próprio vírus poderia estar implicado na etiologia da IRA, o que se confirmou posteriormente;
d) Fev/16 (alta hospitalar): a TARV foi trocada para DRV-r + RAL, por ser um esquema seguro e potente, sem necessidade de ajustes frequentes de doses pelo ClCr (a paciente obteve alta com Cr em queda, porém ainda com valor de 2,6). Após recuperação total da função renal, o #TC foi reintroduzido na dosagem plena.
Melissa:
ResponderExcluirMuito obrigada pelos seus excelentes comentários.
Olá Tania...
ResponderExcluirEssas lesões micropapulares poderiam ser uma erupção a um dos anti-retrovirais utilizados pelas pacientes. Também não descartaria a hipótese de prurigo nodular, ocasionada por reações frente a proteinas liberadas na destruição viral.
Bjs
Sem dúvida, Rodrigo! Obrigado por sua contribuição.
ExcluirDe fato, esta paciente chegou a apresentar um rash maculopapular no início da TARV, que foi atribuído ao uso de EFZ e que regrediu espontaneamente, com um caráter bem frustro.
As fotos que você viu no caso e que foram atribuídas à Síndrome de Sweet pela Dermatologista já surgiram num segundo tempo, durante a hospitalização por IRA.
Um grande abraço!
Muito interessante e sempre bom lembrar a Síndrome de Sweet que apresenta vários gatilhos como infecção viral ou até mesmo alguns drogas. Sempre caracterizada por lesões eritematosas maculo-papulares, às vezes em placas, associada a febre e leucocitose. A biópsia mostra um infiltrado neutrofilico típico. Muitas vezes a síndrome de Sweet precede neoplasias, sendo a leucemia mieloide a mais comum!
ResponderExcluirLindo caso Tania!
Parabéns!
Rodrigo Molina
Segue link de artigo: http://www.scielo.br/pdf/abd/v86n2/v86n2a09.pdf
ResponderExcluirO caso não é meu, mas acompanhei desde o início.
ResponderExcluirO comentário que faço neste ponto da discussão é que sempre achei que a insuficiência renal dela não estava relacionada ao TDF e sim ao HIV. Temos profundamente arraigado que HIV só causa uma forma de lesão renal, mas não é verdadeira esta afirmativa. Por esta razão, sempre acho que lesão renal aguda merece biópsia diagnóstica. O tratamento é completamente diferente. Claro que se tem uma lesão renal aguada, não vamos deixar com uma medicação nefrotóxica, sendo ela a causa ou não.
Imaginem quantas insuficiências renais poderiam ser revertidas com corticoterapia se o diagnóstico não fosse atribuído a toxicidade a TDF. Por outro lado, há outros vírus que poderm causar lesão renal aguda e aí não é para fazer pulsotterapia com corticóide. Enfim, é necessário fazer diagnóstico para a terapêutica correta.
Olá pessoal: Continuando o caso
ResponderExcluir• TC tórax/Mediastino (02/03/2016):
Raros micronódulos pulmonares não calcificados esparsos, medindo até 0,3cm, inespecíficos;
Pequeno nódulo em “vidro fosco” no ápice do pulmão esquerdo, medindo 4mm;
Ausência de focos de consolidação ou infiltrado pulmonar. Ausência de derrame pleural. Ausência de adenomegalias mediastinais;
Área cardíaca sem alterações.
• TC abdome e pelve sem contraste (02/03/2016):
Microcálculos em rim direito (n=3), de até 2mm;
Restante sem alterações significativas.
Submetida à Bx ganglionar cervical em 09/03/2016, com envio do material para os exames supracitados. Segundo a paciente, o cirurgião informou que o aspecto da secreção era caseoso.
Foi encaminhada ao Programa de Controle e Tratamento da Tuberculose da Rede Pública, para avaliar início de tratamento com Rifabutina/Isoniazida/Pirazinamida/Etambutol. Recebeu o 1º lote de comprimidos, com a orientação de aguardar os resultados preliminares da Bx gg, antes de iniciar o tratamento.
# Exames (08 e 11/03/2016):
Ur 92 Cr 1,41
TGO 15 TGP 14 FA 69 GGT 65 BD 0,28/BI 0,19
Htc 30,6% Hb 9,6 g/dL VGM/HGM/CHGM dentro da normalidade
Leuco 10.300/mm³ (0,1/0/0/0/79,2/14,5/6,2) Plt 411.000/mm³
CD4+ 266 cel/mm³ (20,5%) CD4/CD8 0,31 CV (RT-PCR) 203 cp/mL (2,31 log)
Perguntas:
1. Você investigaria mais alguma possível etiologia, considerando o quadro clínico da paciente e seus resultados de CD4+ e CD8+?
2. Você iniciaria de imediato a terapia anti-TB ou aguardaria os resultados da Bx ganglionar?
3. Você concorda com o esquema terapêutico proposto para TB ou retornaria o esquema ARV para EFZ e prescreveria RHZE?
Pb micose,toxo,linfomas
ResponderExcluir1-Outras possibilidades incluem: Pbmicose,toxoplasmose,linfomas,infecçoes da cavidade oral
ResponderExcluir2-Eu aguardaria o resultado das bx.
3- Manteria o esquema proposto para TB.
Complementando os exames de imagens descritos anteriormente, a paciente realizou também uma ultrassonografia cervical em 01/03/2016 (com Doppler), que mostrou degeneração cística/necrótica associada a processo inflamatório/infeccioso em atividade, com deslocamento das estruturas adjacentes. Ao doppler colorido, evidenciou-se discreta vascularização periférica. Comparativamente à USG cervical prévia de 16/02/2016 (interpretada na ocasião como adenomegalias associadas à Sdr. Retroviral Aguda e sem presença de degeneração cística/necrótica), houve um aumento significativo do linfonodo cervical à esquerda no exame atual.
ResponderExcluirResultado Histopatológico de Biópsia Ganglionar Cervical (entrada em 09/03/2016):
Material: Congelação de Linfonodo Cervical
- 1ª Congelação/1º Fragmento:
Conclusão: Glândula Salivar (?) com processo inflamatório necrotizante. Negativo para malignidade.
- 2ª Congelação/2º Fragmento:
Conclusão: Glândula Salivar (?) com processo inflamatório necrotizante. Negativo para malignidade.
Microscopia e Conclusão: Glândula salivar com tecido ao redor com PROCESSO AGUDO SUPURATIVO E CRÔNICO COM NECROSE TIPO CASEOSA. A pesquisa para fungos pelo método do PAS e Prata resultou negativa (Obs: investigar BK).
Cultura para Fungos (fragmento de tecido): NEGATIVA
Gene Xpert MTB/RIF do fragmento de biópsia: NÃO DETECTADO
Sorologia para Caxumba (21/03/2016): IgM e IgG POSITIVAS! Sarampo IgG+, Rubéola IgG+ (a paciente refere vacinação completa na infância).
Pergunta:
Diante dos resultados acima, você consideraria:
a) Tratar como Tuberculose e considerar a sorologia IgM+ para Caxumba como falso positivo;
b) Considerar o diagnóstico de Caxumba (acometimento de glândulas salivares à biópsia, com GeneXpert não detectado) e não tratar Tuberculose;
c) Considerar os dois diagnósticos supracitados e tratar Tuberculose;
d) Insistir em outro possível diagnóstico não investigado?