Dividindo as dúvidas e os conhecimentos

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Como não só médicos, mas outros profissionais de saúde estão envolvidos no tratamento dos pacientes portadores de HIV/AIDS, formalmente estão sendo convidados a participar das discussões, enviar casos e dúvidas. Para enviar um caso ou uma dúvida, clique no final de um caso, em comentário, mesmo que não seja diretamente relacionado a ele. Será visto pela adminstradora do blog e será publicado. Se não tiver uma identidade das listadas, publique como anônimo.

Ao publicar este blog minha intenção é criar uma rede de médicos que, por meio da discussão de casos clínicos, possam atender ainda melhor seus pacientes. As dúvidas também podem ser transformadas em situações hipotéticas sobre as quais poderemos debater. Todos os interessados são bem vindos.

30/05/10 Alteração nas postagens:
Ao criar o novo nome para o nosso blog, tive que passar todos os comentários do antigo para cá e por vezes errei, colei 2 vezes ou em lugar errado e tive que apagar. É por isso que está aparecendo que algumas postagens foram excluídas por mim. Pior: não consegui copiar os seguidores para este blog.
Desculpa, mas sou uma blogueira iniciante e errante.
Tânia

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Caso 74- mulher, coinfecção HIV/HCV, poliartralgia


Motivo da discussão:
1- Paciente HIV/HCV com tireoidite de Hashimoto e com diagnóstico de LES baseado na clinica de poliartalgia e ulceras orais  e na presença de anti DNA + e FAN elevado. Estes critérios são suficientes para o diagnóstico de LES no caso?
2- Que outras hipóteses diagnósticas poderiam explicar o quadro clínico e laboratorial?
3- Quais as sugestões para esclarecimento diagnóstico?
3- Em caso de indicação, qual seria a proposta de tratamento da hepatite C nesta paciente?

Idade: 52 anos
Gênero: feminino
Data Diagnóstico infecção HIV: 17.01.1995 com Parceiro estável portador de AIDS.

História TARV:

Início em 26.08.1996 com AZT + DDI
Suspendeu TARV em 03.1998 por autodeterminação porque apresentava dormência nas mãos e nos pés (provavelmente relacionada aos ARVs)
Reiniciou TARV em 04.03.2005 com Biovir + Stocrin por recomendação médica (CD4: 213 cels/mm3 e Carga Viral: 120.000 cópias/mL).
Alterou esquema para Tenofovir + 3TC + Stocrin em outubro de 2008 para simplificação do esquema.
Nunca apresentou Carga Viral detectável mesmo com esquema de 2 drogas.


HPP:

1- Úlceras orais recorrentes NCS desde 1985
2- Hipotiroidismo em 06.11.2004. US de Tireóide em 05.04.2010 Lobo Direito com nódulo sólido em 1/3 médio. Lobo Esquerdo Normal.
Anti TPO > 1000 IU/mL em 20.10.2010 ( normal até 35 IU/mL )
Diagnóstico de Doença de Hashimoto em 25.07.2011. Ultrassom de Tireóide não encontrou nódulos. A tireóide se mostrou levemente aumentada.
A doença está sob controle medicamentoso


3- Iniciou em 22.12.2005 elevação grau 1 ou NCS de Transaminases que foi inicialmente relacionada aos ARVs.

4- Colecistectomia para tratamento de Litíase Biliar em 23.05.2006.

5- Videocolonoscopia em 04.04.2011 com retirada de Pólipo pediculado de Sigmóide. Pólipo com Adenoma tubulo-viloso com displasia de baixo grau (moderada). Pedículo livre de Neoplasia.
Colono de controle normal em 16.03.2012.

6- Hepatite C junho de 2011.

7- Poliartralgia com comprometimento principalmente das articulações das mãos em junho de 2012. Diagnóstico de Lupus Eritematoso Sistêmico em 16.11.2012 feito pelo Reumatologista após avaliação laboratorial. O especialista considerou como critérios de inclusão no Diagnóstico de LES:

a) Úlceras Orais de repetição
b)    Artrite
c)    Anti-DNA positivo
d)   FAN (título anormal)

História Familiar e Social:

Não tem história familiar de Doença Reumática.
Pai faleceu Ca de Colon e uma irmã jovem tem história de DCV (cirurgia de safena aos 49 anos. Era fumante pesada)
Mãe hipertensa.
Não bebe e nunca bebeu. Igualmente não fuma e nunca fumou. Nunca usou drogas ilícitas.


Medicação concomitante:

Vacinação Hepatite B em 2006, com 3 doses.
Puran T4 100 mg/dia (Hipotiroidismo)
Isoniazida 300 mg/dia (Tuberculose Latente)
Hidroxicloroquina 400 mg/dia (controle poliartralgia)

Exames Complementares:

Em 0.10.1996 HbsAg, antiHbs, antiHbc e anti HCV Negativos 
Em 22.08.2012 HbsAg, antiHbs, antiHbc Negativos. Anti-HCV não foi feito.


Em 06.08.1997 CD4: 655 cels/mm3 por Citometria de fluxo
Em 25.07.1997 Carga Viral < 400 copias/mL
Em 13.03.1997 PPD não reator
Em 03.01.2005 PPD 0 mm
Em 07.01.2010 PPD 3 mm
Em 06.09.2012 PPD 13 mm

Em 07.06.20111 Anti HCV positivo
Em 01.12.2011 RT-PCR em Tempo Real - Detectável Genótipo 1a

Em 28.09.2012
Prova do Látex, Fator reumatóide, Reação de Waaler Rose e Pesquisa de Células LE Negativos
Fator Antinuclear: Reativo 1/320
Padrão Nuclear pontilhado fino.
Núcleo: Positivo
Citoplasma: Negativo
Aparelho mitótico: Negativo
Nucléolo: Negativo
Placa Metafasica cromossômica: Negativa

Em 23.10.2012
VHS: 3mm
LA-SSB ANTI (anticorpo anti LA-SSB); RO-SSA ANTI (anticorpo anti RO-SSA) Não Reagentes.
Complemento - C3, C4 e CH-50 Normais
Crioglobulinas: Positivo até 1/4
Anticorpos anti-Histona/cromatina 0,90 (Valor de Referência - Negativo: menor ou igual a 0,90)
DNASE-B-anti: 301,00 U/l . Valor de Referência até 200,0 U/l


Em 05.12.2012
H.Completo, provas de função renal sem alterações clinicamente significativas.
Transaminases com elevação Grau 1. Glicemia e Perfil Lipídico sem alterações.
TAP e PTT normais, bem como, BT e frações e Fosfatase Alcalina.

Em 23.10.2012 EAS sem anormalidades.
Em 30.10.2012 Microalbuminúria: 32,10 mg/L normal até 30 mg/L

Em 17.07.2012
CV < L.Min e CD4: 607 cels/mm 33,58%


9 comentários:

  1. Tania
    O caso merece os seguintes comentários.
    Trata-se de coinfectado HCV-HIV com genótipo 1a. Ambas as condições (HCV e HIV) podem induzir a produção de autoanticorpos (FAN inclusive). O título do FAN encontra-se elevado de 1:320 e o anti-DNA positivo, além da presença de tireoidite e hipotireoidismo e poliartralgia, dados que falam a favor de doença de autoagressão também.
    Nesses casos a dúvida é diferenciar se o paciente é primariamente portador de hepatite C crônica com autoanticorpos positivos ou se é portador de hepatite C + doença autoimune associada. Nos casos de dúvida a biópsia hepática pode ajudar, pois nos casos de hepatite autoimune existe uma riqueza muito grande de atividade necroinflamatória, células em rosetas, infiltrado linfoplasmocitário e lesão de ductos biliares, já na hepatite C existe habitualmente a lesão inflamatória e fibrose. Um bom patologista com experiência em fígado consegue muitas vezes fazer a diferença.
    O tratamento com interferon alfa pelas suas próprias características imunomoduladoras pode ser um indutor de maior agressividade e habitualmente em ensaios clínicos é contraindicado o uso de interferon em pacientes com HCV e FAN + elevado, como nesse caso.
    Eu sugeriria a realização dos demais autoanticorpos, eletroforese de proteínas, dosagem das imunoglobulinas e a realização da Bx hepática.
    Abraço
    CE Brandão

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  2. Oi, Tania

    As doenças autoimunes podem estar associadas a outras, portanto, eu não estranharia LES + D. Hashimoto, embora o LES seja mais observado numa faixa etária menor. As bx de pele/mucosa seriam importantes p/ a confirmação/exclusão diagnóstica. Eu tb pensaria em S. Sjogren, neste caso, o teste de Schimmer/Rosa bengala seriam úteis, mesmo c/ ac a- SSA e B não reagentes.

    Vc tem a CV do VHC e/ou bx hepática? Provavel/e, esta paciente é virgem de tto p/ Hepatite C e, pela sua idade avançada (exclusão p/ tto contra hepatite C, de acordo c/ o consenso) e duas doenças automunes, eu não tratatria. E como a evolução p/ cirrose ou hepatocarcinoma é de longo prazo em portadores do VHC, sinceramente, eu não faria.
    Bj
    Maria Cristina Gama

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  3. Tenho algumas perguntas a fazer:
    1- As úlceras orais ocorrem até o momento ou foram na época em que não recebia ARV?
    2- O reumatologista considerou como um dos critérios para o diagnóstico de LES a presença de artrite, mas a história da paciente fala de poliartralgia e não artrite. Ela tinha artrite?
    3- Tem anti HBs neg até 22/08/12- não recebeu vacina para hepatite B ou não respondeu a vacinação?
    4- Ele tem um diagnótico de LES em atividade em 11/12 e tem um VHS de 3mm nesta ocasião. Não é estranho? Como estava a PCR?

    Agora quero fazer uns comentários:

    1. Pacientes com hepatite crônica C , mais que em outras hepatites, apresentam auto-anticorpos ( incluídos aí FAN, anti –ds DNA, antifosfolipídios, Anti TPO, FR, crioglobulinemia, Anti- GOR *.

    2. Também é verdade que há relatos de doenças auto- imunes relacionadas a hepatite C (glomerulonefrite membranoploriferativa, Sjögren, artrite reumatoide e até LES. Em trabalho publicado com 36 mulheres com diagnótico de LES, a prevalência de anti HCV foi de 2,6%, enquanto que na população geral na mesma região é de 1,4% (p>0.05)**

    3. Não acho que os dados que temos até agora sejam suficientes para fechar o diagnóstico de LES.

    4. Não concordo que a idade seja uma contraindicação para tratamento. Ela tem apenas 52 anos. O que precisamos ver é se tem indicação de tratamento da hepatite C ou não e aí passarmos para a tentativa de encontrarmos um esquema de tratamento adequado. Concordo completamente que a bx hepática deve ser feita. Interferon está contra- indicado em hepatite de caráter auto-imune.


    * Cervera R, Asherson RA, Lie JT. Clinicopathologic correlations of the antiphospholipid syndrome. Semin Arthritis Rheum 1995; 24:262-72.

    *Asherson RA. The catastrophic antiphospholipid syndrome. J Rheumatol 1992;19:508-12.

    *Asherson RA, Piette J-C. The catastrophic antiphospholipid syndrome 1996: acute multiorgan
    failure associated with antiphospholipid antibodies: a review of 31 patients. Lupus 1996;5:414-7.

    **Karakoçi Y et AL. Prevalence of hepatitis C virus antibody in patients with systemic lupus erythematosus. http://ard.bmj.com/content/56/9/570.full.pdf+html

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  4. Oi Tania:
    Embora as alterações imunológicas como a presença do FAN e sobretudo o anti-DNA nativo possam sugerir o diagnóstico de LES, nós sabemos que o FAN+ pode também ocorrer em doenças infecciosas de estimulação antigênica crônica. A associação destas patologias nas quais a paciente é portadora também pode ocorrer com o LES.
    As manifestações clínicas de úlceras orais e poliartralgias carecem de descrição mais específicas,do tipo:as úlceras são indolores?, o quadro articular configura artrite simétrica e cumulativa tipo síndrome reumatóide?,foram afastadas as possibilidades dessas manifestações fazerem parte das doenças de base(HIV/HCV/Doença auto imune da tireóide)?
    Sem mais dados clínicos, acho que o diagnóstico definitivo de LES não pode ser fechado.
    Outra possibidade diagnóstica levantada seria investigar SÍNDR.SJOGREN que habitualmente se caracteriza por uma riqueza imunológica e pode estar associada a estas condições(HIV/HCV/HASHIMOTO).
    Como me parece só ter sido feito uma única avaliação laboratorial, talvez fosse interessante repetir o FAN, anti-DNA nativo, Complemento, anti-SSA e SSB e solicitar:anti-ENA(anti-RNP e Sm),pesquisa p/ olho seco, cintilografia e ultra-sonografia das gl. salivares (parótidas),bem como biópsia labial (procedimento pouco invasivo).
    Gostaria de acompanhar a discussão no se blog.

    Luis Candol.

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  5. Tânia, tudo bem? Mais que interessante, é um caso difícil.

    Existe a possibilidade de que as manifestações reumatológicas sejam secundárias à hepatite C. Chama a atenção, mesmo que em título baixo, a presença de crioglobulina e tireoidite, o que é bem característico de manifestação extra-hepática de hepatite C.

    A correta dosagem de crioglobulinas é tecnicamente difícil e são poucos os laboratórios que fazem de forma confiável. É necessário coletar em sala climatizada a 37°C e separar o soro em centrífuga também climatizada. Em São Paulo, só um laboratório faz isto corretamente. Este é o motivo pelo qual temos tantos resultados falsos-negativos. Em estudos, cerca de um terço dos pacientes com hep C tem crioglobulinas, mas a minoria desenvolve doença sintomática, que pode ser muito grave, com vasculite em SNC, etc..

    Certamente, o colega reumatologista sabe de tudo isto e deve ter avaliado as possibilidades. No caso, houve o diagnóstico de LES, que pode apenas ser uma coincidência com a coinfecção HCV-HIV.

    Nosso problema fica muito difícil na hora de tratar esta paciente contra o HCV. Se considerarmos que as manifestações reumatológicas são secundárias ao HCV, é muito provável que haja melhora clínica com a eliminação do HCV, mas teremos que utilizar interferon peguilado, que é um imunoestimulante e pode piorar a situação de auto imunidade. Também, neste caso, não necessitaremos de biópsia hepática, pois a indicação do tratamento não se baseia no estágio de fibrose.

    Se considerarmos que as manifestaçóes reumatológicas não estão relacionadas à hepatite C, só haveria indicação de tratamento com interferon e ribavirina se houvesse fibrose clinicamente significante (biópsia ou elastografia hepática), onde a doença hepática seria suficiente grave para justificar o risco do uso de interferon.

    No futuro, com esquemas contra o HCV, sem interferon, será muito mais tranquilo. No entanto, não teremos disponibilidade destes esquemas em menos de 4-5 anos.

    Desculpe não ajudar muito, abraço forte.
    Paulo Abrão

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  6. Informe do médico assistente:
    Só a título de esclarecimento, os exames solicitados pelo Reumatologista foram feitos em laboratório privado, a um custo bem elevado, uma vez que a paciente é uma genuína brasileira, ou seja, pobre financeiramente.
    A segunda coleta que confirmou os achados da primeira coleta, foram feitos no Laboratórioda rede publica sem tantos recursos técnicos .
    Enfim, vou marcar com ela na próxima semana, e solicitar os exames sugeridos pelos especialistas.

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  7. Notícias da médica assistente que continua no firme propósito de chegar ao diagnóstico da paciente, apesar das dificuldades.
    Parte 1
    Oi Tânia,
    Preferi colocar o resultado dos exames, do que simplesmente, referir se estavam normais ou não, em função de que não tenho experiência em interpretar esses marcadores imunológicos.
    Primeiramente, é importante salientar que a paciente está receosa de se submeter `a biopsia hepática, reforçada pela falta de confirmação de indicação de biopsia pelo médico hepatologista que a acompanha em serviço referenciado em Niterói.
    Existe uma forte possibilidade da paciente ser submetida ao procedimento dentro de 15 dias em serviço de referência em Nova Iguaçu – eu mesma estou empenhada nisso.
    Alguns dos exames necessários para elucidar o diagnostico não são feitos com facilidade na rede pública, A paciente teve que fazer diversas coletas em dias variados para tentar realizar todos os exames sugeridos pelos colegas.
    Finalmente, a biopsia labial não foi feita pelo especialista porque o resultado do exame citopatológico do Raspado da boca toda não foi indicativo para tal (SIC).

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  8. Parte 2
    Abaixo, estão os resultados dos exames que a paciente conseguiu fazer:
    Em 07.02.2013:
    Antiestreptolisina O < 200 UI/mL
    Proteína C Reativa, Prova do Látex, Reação de Waaler Rose e Pesquisa de célula LE, todos NEGATIVOS.
    Dosagem de complemento C3: 175 mg/dL (75 a 135)
    Dosagem de complemento C4: 20 mg/dL (9 a 36)
    Anticorpos Anti-DNA ds : 18,4 U/mL (NEGATIVO: < 25 U/mL)
    Anticorpos Anti-SSA (RO) : 1,1 U/mL (NEGATIVO: < 15 U/mL)
    Anticorpos Anti-SSB (LA) : 1,0 U/mL (NEGATIVO: < 15 U/mL)
    Eletroforese de Proteínas:
    Ptns totais: 7,60 g/dL
    Albumina: 61,05% 4,63 g/dL
    Alfa 1 : 3,02% 0,22 g/dL
    Alfa 2 : 10,18% 0,77 g/dL
    Beta : 7,12% 0,54 g/dL
    Gama : 18,63 % 1,41 g/dL
    Hemograma Completo, provas de função renal, glicemia, perfil lipídico, proteínas totais e frações e provas de função hepática sem alterações clinicamente significativas incluindo transaminases. Gama GT: 75 U/L ( 5 a 27)
    VHS: 5,0 mm
    Relação albumina /creatinina: 9,17 (até 25) em amostra isolada de urina.
    Em 15.02.2013
    Anticorpo antiperoxidase: 639,63 UI/mL (0,00 a 5,61 UI/mL)
    Em 18.02.2013
    Complemento CH 50: 124 U/CAE (normal de 60 a 144 U/CAE)
    Em 26.03.2013
    TSH: 0,17 µUI/mL (0,35 a 4,94 µUI/mL )
    T4 livre: 1,66 ng/dL (0,70 a 1,48 ng/dL)
    Anticorpo antiperoxidase: 461,04 UI/mL (0,00 a 5,61 UI/mL)
    Anticorpo antitireoglobulina: 9,36 UI/mL (0,00 a 4,11 UI/mL)
    Em 07.05.2013
    IgA: 135,0 mg/dL (70 a 374,0)
    IgG: 950,0 mg/dL (680 a 1445)
    IgM: 120 mg/dL (34 a 214)
    Anticorpos anti-DNA ds: 48,28 U/mL (Positivo> 25 U/mL)
    FAN reativo
    Título: 1/320
    Núcleo: Positivo
    Citoplasma: Negativo
    Aparelho mitótico: Negativo
    Nucléolo: Negativo
    Placa metafasica cromossômica : Negativa
    Em 10.05.2013
    IgE total: 5,49 UI/mL (adultos: 100 UI/mL)
    Em 07.06.2013
    Raspado de boca toda
    Exame citopatológico: Mucosa oral – material fixado em meio liquido e processado pelo método Thin prep. Laminas (1 PAD + 1 PAPA) com celuralidade satisfatória, apresentando leve alterações inflamatórias, grânulos de querato hialino e leucócitos polimorfonucleares. Presença de flora de cocos e bacilos curtos, além de hifas de Candida sp. Inflamação leve e Candidíase
    Em 05.08.2013
    FAN reativo
    Titulo: 1/160
    Padrão: Nuclear pontilhado fino, denso.
    Núcleo: Positivo
    Citoplasma: Negativo
    Aparelho mitótico: Negativo
    Nucléolo: Negativo
    Placa metafasica cromossômica: Positiva

    Anticorpos Anti-SSA (RO) : 3,2U/mL (NEGATIVO: < 15 U/mL)
    Transaminases elevação grau 1
    Fosfatase alcalina elevação NCS
    Gama GT: 308 U/L (5 a 27 U/L)
    Fosforo: 5,4 ng/dL (2,5 a 4,8)
    Restante normal, incluindo Cálcio e Magnésio.

    Em 09.08.2013
    TSH: 1,49 µUI/mL (0,34 a 5,60 µUI/mL )
    T4 livre: 1,51 ng/dL (0,54 a 1,64 ng/dL)
    Os demais exames, incluindo teste para olho seco estão sendo providenciados, bem como, a biopsia hepática.
    A paciente se mantem bem, apresentando dores articulares de intensidade grau 1, somente quando se aborrece, fazendo uso então, por autodeterminação, de doses ocasionais de hidroxicloroquina 400 mg 1 X dia VO.
    Finalizou profilaxia Tuberculose com INH em 10.08.2013.
    Tao logo tenha os resultados entro em contato.


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  9. Oi Tania,

    Complementando o caso;

    Resultado da Biopsia Hepatica feita em 14.12.2013:

    MACROSCOPIA:
    Fragmento filiforme de tecido de cor creme e elástico medindo 1,4 x 0,3 cm.
    DIAGNOSTICO:
    Hepatite crônica ativa associada a fibrose portal
    Avaliação da atividade da hepatite segundo as Sociedades Brasileiras de Hepatologia e de Patologia (0 a 4)
    Alterações estruturais:
    2- Alargamento portal com septos porta-porta
    Infiltrado inflamatório porta/septal:
    2- Aumento moderado dos linfócitos portais
    Atividade peri-portal/peri-septal
    3- Moderada piecemeal necrose
    Atividade parenquimatosa:
    1-Alteracoes discretas, raros focos de necrose
    Marcadores etiológicos presentes:
    Folículos linfoides portais
    Esteatose leve
    Atividade necro-inflamatoria lobular
    Biopsia adequada:
    Sim, 1 cm ou mais
    Siderose: 0
    Espaços porta presentes na amostra: 12
    SISTEMA METAVIR:
    “Piecemeal necrosis”: 02
    Necrose lobular: 01
    Pontuação da atividade histológica: 03
    Pontuação de fibrose: 02

    Ainda falta o resultado do estudo da mucosa oral que foi negativa, mas vou transcrever para o blog o laudo na proxima terca feira.
    A paciente se mantem clinicamente estavel, com dores articulares de grau1 qdo se aborrece..
    Um abraco e muito obrigada

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