1. Momento ideal para resgate
2. Intensificação
3. Simplificação
•
58 anos;
sexo masculino, pardo, natural do Rio (RJ), viúvo, compositor gráfico, 2º grau
completo.
•
Início
acompanhamento em 02/1994 - “gânglios no pescoço”.
•
Primeiro
anti HIV+ em 04/1992.
•
Início
AZT e profilaxia 1ária com SMZ+TMP.
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Passado Hepatite
B, sífilis (tratada,) Herpes zoster.
•
Pai
falecido por CA de pulmão; mãe com “reumatismo”; filho falecido por leucemia;
filha saudável; esposa falecida de pneumopatia (sem relação com HIV- SIC).
•
Tabagista
de 1 a 2 maços/dia por 10 anos; etilista de cerveja; passado de uso de cocaína
inalatória; relacionamento homossexual há vários anos.
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02/1994 – Exame físico da entrada: linfadenopatia
cervical, submandibular, supraclavicular, axilar e inguinal (± 1,5 cm); leucoplasia pilosa oral, eczema
seborreico em face.
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PPD – 15
mm (pápula com centro necrótico).
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03/1994 – CD4 – 417 cél/mm3 (16%) .
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06/1994 – CD4 – 511 cél/mm3 (16%) .
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Suspenso
AZT e SMZ + TMP.
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TB pulmonar em set/1994 - BAAR negativo e cultura positiva para BK.
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10/1994
– Início RHZ (9 meses).
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12/1994 - reinício TARV
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12/1994 a 06/1996 – ZDV
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06/1996 a 11/1997 – ZDV + DDI
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11/1997 a 03/2001 – ZDV + 3TC + IDV
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03/2001 a 08/2001 – DDI + D4T + EFV
•
08/2002
– Sorologia reativa p/ HTLV confirmada.
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08/01 a 01/2004 – DDI + 3TC + IDV + RTV + EFV
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01/2004
– Genotipagem (1a) – Resistência às 3 classes (recusado em protocolo de
pesquisa).
•
01/2004
a 02/2006 – DDI + 3TC + TDF + LPV/r
•
Sem
opções de novas drogas para compor esquema.
•
02/06 a
08/06 – DDI + TDF + 3TC + LPV/r + SQV
•
08/06 a
09/2006 – TDF + 3TC + LPV/r + SQV
•
09/2006 – Não autorizada nova Genotipagem.
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09/2006 a 05/2008 – TDF + 3TC + ATV + RTV
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11/2007
– Não conseguiu vaga em protocolo de pesquisa.
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04/2008
– Genotipagem (2a) – Resistência às 3 classes.
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05/08 a 04/2009 – 3TC + DRV + RTV + T20
•
CD4 após este esquema
foi de 176 cel/mm3 para 530 cél/mm3
•
CV após este esquema
foi de 28757 cópias/ml para 1907 e depois 400 cópias/ml, mas não atingiu indetectabilidade.
04/2008: Genotipagem: Vírus subtipo B
•
ITRN: 41L 67N 69D 74I 118I 184V 208Y 210W 211K 215Y
•
ITRNN: 179M 188L
•
Outros
polimorfismos na TR: 43N 123E 174K 189I 196E 203K 207E 223E 228H 242L 245E
3TC
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ABC
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AZT
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AZT3TC
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d4T
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ddI
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EFV
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NVP
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TDF
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TDF+3TC
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R
|
R
|
R
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R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
I
|
I
|
IP: 10I 13V 20I
33I/M 35D 36I 46L 54V 62V 63P 69Y 71V 73S 74E 82I 84V 89V 90M 93L
Outros polimorfismos
na P: 11L 19P 22V/A 37N 70T 85V 91S
ATV
|
ATV/R
|
DRV
|
FPV
|
FPV/R
|
IDV
|
IDV/R
|
LPV
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NFV
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RTV
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SQV
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SQV/R
|
R
|
R
|
I
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R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
Fonte: aids.gov.br : Algoritmo brasileiro Interpretação
Genotipagem HIV-1 resistenciav5.cgi ( interpretação da época.
Se fosse hoje ......
3TC
|
ABC
|
AZT
|
AZT+3TC
|
d4T
|
ddI
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EFV
|
ETV
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NVP
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TDF
|
TDF+3TC
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R
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R
|
R
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R
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R
|
R
|
R
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S
|
R
|
R
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I
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ATV/R
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DRV/R
|
FPV/R
|
IDV/R
|
LPV/r
|
SQV/R
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TPV/R
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|||||||||||
R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
R
|
|||||||||||
Fonte: aids.gov.br : Algoritmo brasileiro Interpretação
Genotipagem HIV-1 Algoritmo_versao_12(05-2012)
Ø 04/2009 – Genotipagem (3a) – Resistência a
todos os IPs, exceto intermediária ao DRV + RTV. Resistência a todos
os ITRN e ITRNN.
Ø 04/2009 – Abandonou T20 (após 1 ano de uso).
Ø 04/2009 –
Teste de tropismo – CCR5
Ø 07/2009 –
Abandono da TARV.
11/2009 – Surto psicótico (esquizofrenia breve).
Ø 11/2009 a 03/2011 – TDF +
3TC + DRV + RTV
Ø CD4 após a reintrodução do DRV + RTV ficou estabilizado em torno de 400 cél/mm3
aguardando a liberação das outras drogas.
Ø CV após a reintrodução do DRV + RTV caiu de 140787 para 27890 e depois subiu para
60425 cópias/ml
O que você faria daí em diante?
Vou aqui comentar por classe.
ResponderExcluirPara ITRN está bem ruim. Pelo algoritmo Brasileiro está resistente a todos. Pela Stanford tem um grau de resistência intermediária para TDF, com peso de 55 e, pelo Renageno a combinação TDF+ 3TC também está intermediária. Como sabemos, a 18V hipersusceptibiliza o HIV ao TDF. Deste modo, e pensando que deixar vírus com fitness reduzido vale e que NUC age até quando não deveria agir mais, foi boa a opção de deixar TDF + 3TC.
ITRNN: neste ponto há uma diferença de interpretação importante. As mutações encontradas são a 188L e a 179M. Pela Renageno a NVP aparece como plenamente sensível. 188L está listada como mutação importante para EFV. A 179M não é levada em conta nem na Renageno nem pela Sranford. Já a Stanford atrinui um pelso de 60 a 188L o que está na faixa de resistência. Consultei o livro do Marcelo Laurido que também considera resistência completa a NVP para os vírus com 188L. Sempre que usamos dois algorítimos para interpretação é melhor considerar o mais rígido. Deste modo, não consideraria a NVP como uma boa droga para compor esquema de resgate neste caso. Já para usar etravirina está bom. A Stanford considera baixo grau de resistência pela presença da 188L (peso 10), mas conforme os estudos DUET o peso é zero.
Só para lembrar:
*Escala de Peso Stanford: Susceptible (0 a 9); Low-level (10 a 29); Intermediate (30 a 59); High-level (60+)
*Escala de Peso DUET: Resposta Máxima (0 a 2,5); Resposta Intermediária (2,5 a 3,5); Resposta Reduzida (>3,5)
Em conclusão, eu acrescentatia ETV ao esquema deste paciente assim que estivesse disponível.
IP: Pela versão 12 (05-2012) está intermediário ao DRV está intermediário. Pela Stanford aparece como baixo grau de resistência com peso 10 pela presença da 84Ve 5 pela 89V. Há também diferenças na interprestação da resistência a outros IP- pelo Renageno a resistência é completa a todos os outros IP/r disponíveis. A Stanford considera resistência intermediária ao LPV (peso 55) e ao TPV (peso 45). De qualquer modo, seguindo a regra de considerar o algoritmo mais rígido, consideraria apenas o DRV para o resgate, como foi feito.
Integrase: paciente virgem de integrase. Sem dúvida incluiria RAL no esquema.
O paciente, neste momento, tinha vírus R5. Tentaria incluir maraviroque no esquema e aí ficaria com TDF + 3CT + DRV/r + ETV + MRQ + RAL , ou seja- 2 drogas teoricamente plenamente ativas (MRQ e RAL) + a etravirina que está quase 100% e o TDF +3TC que aqui vai como meia droga. Feito isso, se o paciente ficasse em supressão viral por um período de tempo considerável ( mais de 1 ano, pelo menos), eu consideraria retirar o TDF, mesmo que esteja com função renal normal. Seria menos um comprimido/dia. Aliás, gostaria de saber sobre comorbidades como diabetes, hipertensão, dislipidemia e qual o MDRD do paciente.
Continuando nosso caso...
ResponderExcluir03/2011 a 4/2011 – TDF + 3TC + DRV + RTV + RAL + ETV
4/2011 – adicionado MVQ
CD4 após a introdução das novas classes sobe de 369 cél/mm3 para 837 em dois meses e atinge 1428 em 1 ano e meio.
CV após a introdução das novas classes caiu de 60425 cópias/ml para indetectável (< 50 cópias/ml) em dois meses e permanece indetectável após 1 ano e meio.
Muito interessante este caso. Apenas duas mutações para DRV, nenhuma principal, mas não deu pra segurar com DRV/r e meio TDF. Vem de encontro ao que se preconiza nas principais guias de tratamento, pelo menos 2, idealmente 3 drogas ativas. Como ficou mais de um ano com esquema parcialmente ativo é p´rovável que tenha acumulado mais mutações na protease. Ainda bem que pode se beneficiar de outras drogas.
ResponderExcluirPaulo
Leitura sugerida ( enviei para o grupo por email)
ResponderExcluirBuzón M J et al. HIV-1 replication and immune dynamics are affected by raltegravir intensification of HAART-suppressed subjects. Nature medicine 2011;41 (16):460-66. doi:10.1038/nm.2111
Hardy W D et al. Two-Year Safety and Virologic Efficacy of Maraviroc in Treatment-Experienced Patients With CCR5-Tropic HIV-1 Infection: 96-Week Combined Analysis of MOTIVATE 1 and 2. J Acquir Immune Defic Syndr 2010;55:558–564.
Katlama C et al. Efficay and Safaety of etravirine at week 96 in treatment - experienced HIV -type-1 infected pateints in the Duet 1 and Duet 2 Trials.
Antiviral Therapy 2010;15: 1045-1052
"Acredito que se tivesse entrado darunavir ao mesmo tempo que raltegravir poderia ter obtido resposta plena e sustentada. Agora resta manter tudo e garantir adesão"
ResponderExcluirMarcia Rachid