Motivo da Discussão:
- buscar estratégia de tratamento para gestante HBV+ e HIV+
Caso
Paciente feminina, 30 anos, nacionalidade Angolana.
Veio ao Brasil em 2009 para ter orientação de tratamento.
Obesa, sem dislipidemia, sem diabetes, sem HAS.
Diagnóstico de HIV positiva em maio/2009, seguido de exame HBsAg positivo.
HBeAg negativo, Ac-HBs negativo, Ac-HBc positivo, Ac-HBe positivo.
Exames iniciais:
CD4 = 328 células (14%) HIV-RNA = 2.730.000 cópias (6,44 Log).
DNA-HBV = 34UI/ml (1,50 Log) TGO = 26 TGP = 14.
TAP, proteína, albumina - normais.
Ultrassom Abd. – pequeno aumento do fígado, doppler porta-hepático normal.
Paciente referia desejar engravidar futuramente, sendo iniciado TARV com KAL/ 3TC/ TDF.
Obteve boa resposta e exame controle de 6 semanas com CD4 = 420 células (20%), RNA-HIV = 924 cópias (redução de 3,5 Log).
Novo exame controle com 6 meses de tratamento CD4 = 734 células (26%), RNA-HIV = indetectável (menos de 40 cópias), DNA-HBV = indetectável (menos de 10 UI/ml).
Paciente retorna para Angola em fev/2010 onde permanece em tratamento.
De volta ao RJ em novembro/2011 para fertilização.
Questões a pensar:
1 – manter o tratamento, mais adequado para paciente.
2 – associar AZT ao esquema, por ser droga recomendada na gestação sempre que possível
3 – retirar TDF e substituir por AZT, uma vez que TDF pode trazer risco ao feto, ainda não bem definido. Qual o risco para paciente em desenvolver resistência do HBV ao 3TC em monoterapia por cerca de 1 ano ou pouco mais? Este é o tempo estimado desde o período de tentativas de fertilização mais os 9 meses de gestação.