Caso 107: Mulher, HIV+, usuária de droga, grave situação sociocultural, passado de alergia grave à sulfa, falha virológica
Motivo da discussão:
1) Questão sociocultural grave – Necessidade de uma
posologia simples, com número pequeno de comprimidos, para aumentar o sucesso
do resgate.
2) Transcriptase reversa muito comprometida.
3) Alergia à sulfa, inclusive com suspeita de S.
Johnson.
4) A história de alergia grave à sulfa poderia comprometer a segurança do uso de darunavir?
41 anos, mulher, negra, residente na área
metropolitana de São Paulo, com diagnóstico de HIV desde 2007. Comorbidade:
Déficit auditivo e prurigo nodular. Drogadicta, com condição social muito
desfavorável. Alérgica à sulfa, com relato de possível S. Johnson. Durante
muito tempo foi acompanhada sem prescrição de TARV, até que, por causa da
drogadição, abandonou o seguimento em 2009. Retomou o seguimento em 2014,
quando veio caquética, com tuberculose pulmonar e com herpes zóster com
infecção bacteriana secundária, que requereu abordagem cirúrgica (desbridamento
extenso), com reconstrução plástica. Ficou institucionalizada por um bom tempo,
até recuperar-se. Durante esse período, foi introduzida a TARV: 3TC + TDF +
EFV. Havendo melhora, voltou a viver em seu domicílio, mas com os mesmos
problemas sociais de sempre, porém sem faltar nas consultas e sempre relatando
o uso de ARVs.
Data
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Contagem de linfócitos T-CD4+
(células/microlitro)
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HIV-RNA (cópias/mL)
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21/11/2014
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428
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< 40
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17/6/2015
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565
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857
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24/8/2016
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344
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119.689
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1/2/2017
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373
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62.469
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No dia 15/2/2017, realizada genotipagem do HIV, que
revelou as seguintes mutações:
Transcriptase reversa: K65R, D67N, K103N, G190E,
K219E, H221H/Y
Protease: Nenhuma mutação de resistência maior.
Paciente até então em uso: 3TC + TDF + EFV,
dexclorfeniramina (prurigo nodular).
Que esquema você proporia? Por que?