Dividindo as dúvidas e os conhecimentos

Novidades no blog
Como não só médicos, mas outros profissionais de saúde estão envolvidos no tratamento dos pacientes portadores de HIV/AIDS, formalmente estão sendo convidados a participar das discussões, enviar casos e dúvidas. Para enviar um caso ou uma dúvida, clique no final de um caso, em comentário, mesmo que não seja diretamente relacionado a ele. Será visto pela adminstradora do blog e será publicado. Se não tiver uma identidade das listadas, publique como anônimo.

Ao publicar este blog minha intenção é criar uma rede de médicos que, por meio da discussão de casos clínicos, possam atender ainda melhor seus pacientes. As dúvidas também podem ser transformadas em situações hipotéticas sobre as quais poderemos debater. Todos os interessados são bem vindos.

30/05/10 Alteração nas postagens:
Ao criar o novo nome para o nosso blog, tive que passar todos os comentários do antigo para cá e por vezes errei, colei 2 vezes ou em lugar errado e tive que apagar. É por isso que está aparecendo que algumas postagens foram excluídas por mim. Pior: não consegui copiar os seguidores para este blog.
Desculpa, mas sou uma blogueira iniciante e errante.
Tânia

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

CASO 51- gestante co-infectada HIV/HBV - procurando melhor esquema terapêutico

Motivo da Discussão:
- buscar estratégia de tratamento para gestante HBV+ e HIV+

Caso
Paciente feminina, 30 anos, nacionalidade Angolana.
Veio ao Brasil em 2009 para ter orientação de tratamento.
Obesa, sem dislipidemia, sem diabetes, sem HAS.
Diagnóstico de HIV positiva em maio/2009, seguido de exame HBsAg positivo.
HBeAg negativo, Ac-HBs negativo, Ac-HBc positivo, Ac-HBe positivo.
Exames iniciais:
CD4 = 328 células (14%)  HIV-RNA = 2.730.000 cópias (6,44 Log).
DNA-HBV = 34UI/ml (1,50 Log)  TGO = 26  TGP = 14.
TAP, proteína, albumina - normais.
Ultrassom Abd. – pequeno aumento do fígado, doppler porta-hepático normal.

Paciente referia desejar engravidar futuramente, sendo iniciado TARV com KAL/ 3TC/ TDF.
Obteve boa resposta e exame controle de 6 semanas com CD4 = 420 células (20%), RNA-HIV = 924 cópias (redução de 3,5 Log).
Novo exame controle com 6 meses de tratamento CD4 = 734 células (26%), RNA-HIV = indetectável (menos de 40 cópias), DNA-HBV = indetectável (menos de 10 UI/ml).

Paciente retorna para Angola em fev/2010 onde permanece em tratamento.
De volta ao RJ em novembro/2011 para fertilização.

Questões a pensar:
1 – manter o tratamento, mais adequado para paciente.
2 – associar AZT ao esquema, por ser droga recomendada na gestação sempre que possível
3 – retirar TDF e substituir por AZT, uma vez que TDF pode trazer risco ao feto, ainda não bem definido. Qual o risco para paciente em desenvolver resistência do HBV ao 3TC em monoterapia por cerca de 1 ano ou pouco mais? Este é o tempo estimado desde o período de tentativas de fertilização mais os 9 meses de gestação.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Caso 50- masc, 19 anos, transmissão vertical, baixa adesão, tropismo R5

Motivo da discussão:

1- Vale a pena iniciar Maraviroc antes que esse tropismo reverta ? Apesar de estar com CV indetectável ?
2- Em caso positivo, o que pode ser retirado desse esquema ? Substituir DRV/r por LPV/R, pensando em melhorar a aderência com o Ritonavir co-formulado (que é a medicação que ele mais reclama)? 
Retirar o TDF + 3TC ?


Caso:
Masculino, 19 anos, transmissão vertical do HIV, veio transferido para a atual unidade em 2008 para tentar inclusão em protocolo de pesquisa, porém não foi possível.

Histórico do uso de TARV:

  • AZT+DDI de 01/96 a 04/97
  • AZT+DDI+Rito de 04/97 a 09/97
  • D4T+3TC+RTV de 09/97 a 12/97
  • D4T+3TC+NFV de 12/97 a 01/99
  • AZT+DDI+NFV+EFV de 01/99 a 08/99
  • D4T+EFV+Amprena/r de 08/99 a 11/02
  • Biovir+LPV/r de 11/02 a 07/06
  • TDF+3TC+SQV/r+T20 de 07/06 a 10/08
  • Biovir+LPV/r de 10/08 até 01/11
  • TDF+3TC+DRV/r+Raltegravir+Etravirina desde 01/11 --> Atual esquema
Tem história de má adesão durante toda a vida, porém agora está bem aderente e com CV<50 com o atual esquema. Não tem família e mora num abrigo da igreja evangélica.
Exames básicos de rotina sem grandes alterações.

Fez 2 genotipagens:

03/04/06: 
  • Transcriptase: 41L, 44D, 67N, 70R, 74I, 75T, 184V, 20BY, 210W, 215Y, 219Q, 98G, 103N e 179I.
  • Protease: 10F, 20R, 32I, 33F, 34Q, 35D, 36I, 43T, 46I, 47V, 43F/Y, 54L, 62V, 63P/S, 71V, 74P, 84V E 90M.
Na época foi iniciado esquema contendo T20, porém o paciente não tolerou e fez uso irregular.
16/08/10: 
  • Transcriptase: 41L, 44D, 62V, 67N, 70R, 75T, 98G, 103N, 184V, 208Y, 215Y, 219Q.
  • Protease: 10F, 11L, 13V, 19I, 20R, 32I, 33F, 34Q, 36I, 43T, 46I, 47V, 54L, 62V, 63P, 71V, 84V, 90M
Esquema trocado para o atual em uso.
Tteste de tropismo em 23/05/11, que demonstrou vírus R5 (!).